quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Chega a noite
Vens deitar-me, sentas-te à beira da cama, como quem vela um moribundo, rimos, dás-me um beijo e um até já. De repente, a cama cresce e faz-se gelo, e eu não me encontro. Esfrego um pé no outro, respiro compassadamente e treino os mantras, os iogas e as reflexões, e o sono afasta-se. Dormito, sonho com filmes de acção e comédia, mas os meus pés continuam frios. Onde estás? Levanto-me e tacteio as paredes, onde está a porta que me leva a ti? Percorro o corredor sob a luz da lua de prata, invade a sala e a cozinha, abro a porta e estás a tocar. Beija-me, leva-me a dormir, sussurra que está tudo bem, foi só um sonho. Preciso que estejas comigo, pelo menos até voltar a adormecer. Quando adormeceres, levanto-me eu para velar o que temos. Sentada no cadeirão, tapada com o cobertor materno, gatos em volta, lume a pedir vida, escrita finalmente em dia, falta de sono, eu a velar por nós.
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