sexta-feira, 2 de maio de 2014

Maio do meu contentamento

Maio, um nome perfeito para um mês perfeito, o meu preferido, o dos exageros, o das calmarias, o das flores e dos casamentos, o das noites longas e dos pés descalços, aquele que é sorvido, de 1 a 31, como se não existissem outros 11 meses.
Maio cheira a criança.
A primeira coisa que me vem à cabeça, quando penso em Maio, é o aniversário do meu irmão, casa cheia de gente, vestidos curtos, alças que se descosem. A segunda é o aniversário de casamento de meus pais, as festas íntimas, as piadas marotas, os presentes que as filhas escolhem.
Maio é o mês dos amores, perfeitos, imperfeitos, de curta ou longa duração, mas aqueles amores que chegam e abanam, como se fosse para morrer. Acho que é da luz. Depois da escuridão e da chuva e do frio, algo desperta em nós, e na natureza, de forma bruta: rápida e urgente. 
Em Maio revelam-se os corpos, e os cheiros e as modas, os morangos e as cerejas, e os braços nus que à noite se arrepiam. Noites em claro, madrugadas de amor, manhãs briseiras, multas nos carros esquecidos nas ruas pela urgência. Em Maio, todos devíamos ter desculpa para fazer loucuras. Há muitos meses para expiar a culpa. Este, não.

Sem comentários:

Enviar um comentário