terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O meu coração tem dores de cabeça

Por mais que trabalhe, por mais que me rie, por mais que acredite, por mais que me esforce, há dias em que me dói a cabeça do coração e tenho de fechar as cortinas e sentir só ao de leve para suportar a dor. Uma espécie de moinha que não avança nem dá tréguas, instala-se em slow motion, alastra-se a um músculo e a outro, e depois sobe e desce até à porta dos olhos. Uma dor é uma dor, mas quando dói o coração o único remédio é fingir que se dorme e a dor passa até de madrugada, quando já não é preciso fingir e o corpo não se silencia.
Vivo como quem exercita, muita corrida, muitos abdominais, querem-se resultados rápidos, que se palpem, que se sinta até do lado esquerdo do corpo. Mas a falta de paciência anuncia-se, uma corrida quixotesca, cega, surda e muda sem destino. Amanhã, tudo passa. Tudo acaba sempre por passar. Nunca gostei de ginásios.

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